A eternidade me experimenta. O meu cais era olhar o nosso tempo como criança. E hoje, esse hiato disfarçado de rio passa por mim com a calma do abandono.
Sou feito de tempo e distância querendo estar mais longe do que meus passos alcançam.
Resta em mim a memória dos passos. A direção contrária mapeada pelo descaso. A palavra gasta que reedito ininteligível é discurso de quem é só memória e desabrigo. Já desisti de te falar verdades. Sorrio como quem guarda a vida nas coisas impossíveis que transformo em palavras. 25-10-06